A HLTV anunciou o lançamento do Rating 3.0 — a maior atualização do seu sistema de avaliação de jogadores em Counter-Strike desde a introdução do Rating 2.0 em 2017. A partir de agora, todas as partidas de CS2 serão refletidas sob a nova fórmula, que promete mostrar melhor o impacto real de um jogador no resultado.
Esta atualização não é apenas uma mudança cosmética. A HLTV reescreveu essencialmente a sua abordagem estatística, combinando o contexto econômico com uma nova métrica chamada Round Swing, que mede quanto cada frag muda as chances de uma equipe vencer uma rodada.
História do Rating: de 1.0 a 3.0
- Rating 1.0 (2010): criado por Petar Tgwri1s Milovanovic como alternativa ao K/D bruto, adicionando multi-kills como fator separado.
- Rating 2.0 (2017): uma grande reforma com novos indicadores como KAST, Damage e Impact, dando mais reconhecimento tanto aos entry fraggers agressivos quanto aos supports.
- Rating 2.1 (2024): adaptado ao CS2, introduzindo penalidades por saves e por uso excessivamente passivo da AWP.
- Rating 3.0 (2025): o primeiro salto completo em oito anos, agora focado na economia e no contexto.
Passo a passo, a HLTV vem se afastando das “estatísticas brutas” para um sistema mais próximo do valor real das ações de um jogador.
Seis sub-ratings — a nova base

Se o Rating 2.1 tinha cinco submétricas, o Rating 3.0 agora tem seis:
- Kills – ajustadas de acordo com a arma e a armadura do oponente.
- Damage – produção de dano ajustada da mesma forma.
- Survival – sobreviver em situações difíceis agora é mais recompensado.
- KAST – participação ajustada para a probabilidade de impacto em uma rodada.
- Multi-Kills – uma submétrica separada para momentos explosivos.
- Round Swing – a nova métrica que mostra como a probabilidade de vitória muda após cada kill.
O antigo Impact rating desaparece. Seu papel agora é dividido entre Round Swing e Multi-Kill.
Ajuste econômico: um passo aguardado

A HLTV admite: o sistema antigo tinha uma grande falha. Matar um oponente com uma pistola inicial contava o mesmo que ganhar um duelo contra um full buy. No CS2, onde quase 55% dos duelos acontecem entre jogadores com níveis de compra diferentes, isso gerava distorções.
No Rating 3.0:
- um frag contra uma Glock sem colete vale significativamente menos,
- uma kill em condições iguais (AK vs M4) dá pontos padrão,
- ganhar um duelo de pistola contra uma AWP traz um bônus.
Isso não só torna as estatísticas mais justas, mas também reduz o “eco-padding”. Como resultado, fraggers agressivos cairão na classificação, enquanto riflers disciplinados e supports ganharão posições.
Round Swing: uma nova forma de medir impacto

Round Swing é uma verdadeira revolução. Analisa cada frag e mostra o quanto ele mudou as chances da equipe vencer a rodada:
- um entry kill em um 5v5 altera as chances em cerca de 20%,
- ganhar um clutch 1v1 ou 1v2 pode aumentar até 50%,
- um frag em um 5v2 ou contra um full eco contribui minimamente.
A métrica também distribui crédito entre todos que contribuíram para o kill: o tiro final, o dano causado, as assistências de flash ou os trades. Isso elimina a antiga injustiça em que assistências eram subvalorizadas.
Exemplo concreto: EliGE vs BetBoom

A HLTV apresentou um caso marcante:
- no sistema antigo, EliGE tinha um rating de 2.06 após 23 frags e 133 ADR,
- mas nove dessas kills foram contra full ecos e outras três contra half-buys,
- no Rating 3.0, sua nota caiu para 1.40,
- enquanto isso, broky, que conseguiu um clutch decisivo e teve melhores resultados em condições iguais, o ultrapassou no placar.

Este exemplo mostra o valor central do novo sistema: agora vemos não apenas o número de frags, mas também seu verdadeiro impacto na vitória.
Quem ganha e quem perde?

- Perdedores: entry fraggers agressivos (xertioN, malbsMd, YEKINDAR). Seus frequentes frags contra ecos e aberturas falhas agora são mais punidos.
- Vencedores: supports e clutchers (Jimpphat, Techno), que valorizam sua vida e frequentemente maximizam situações difíceis.
- AWPers: resultados mistos. nqz ganhou, enquanto device e 910 caíram.
- Estrelas de mid-round: Twistzz se torna ainda mais valioso, já que seu impacto em 3v3 e 2v2 agora é medido com mais precisão.
- IGLs e “save merchants”: apEX e jogadores semelhantes precisam fazer mais, pois as vitórias da equipe contam menos para a nota pessoal.
Nossa avaliação: pontos fortes e fracos
Prós:
- tratamento mais justo dos eco frags — as séries contra eco já não inflacionam as estatísticas,
- melhor equilíbrio entre funções — supports e clutchers finalmente reconhecidos,
- mais contexto real — o Round Swing reflete momentos-chave das partidas.
Contras:
- subvalorização matemática dos entry kills — aberturas iniciais podem parecer menos importantes do que clutches,
- mais complexidade para os fãs — os números são mais difíceis de “ler”, já que dependem de muitos fatores e não apenas do K/D.
Reação da comunidade
O lançamento do Rating 3.0 gerou uma tempestade de discussões na comunidade HLTV. Os fãs estão divididos entre entusiasmo e ceticismo:
- alguns celebram: “3.0 > 2.1”, “Finalmente!” — elogiando a HLTV por melhorias constantes,
- outros brincam, chamando de “HLTV Rating 2 Episódio 2” ou zombando dos novos gráficos de Round Swing,
- muitos se concentraram imediatamente na rivalidade ZywOo vs donk. Um usuário escreveu: “ZywOo vai ter mais dificuldade”, mas outros responderam que ele ainda supera donk nos últimos 12 meses,
alguns provocaram os desenvolvedores da HLTV, dizendo que o lançamento foi adiado porque o Round Swing de donk estava muito baixo nos protótipos.
Conclusão
O Rating 3.0 é mais do que uma atualização — é uma nova filosofia. A HLTV se afastou da simples contagem de frags e agora tenta avaliar os jogadores pelo seu impacto real na vitória.
Isso vai remodelar os prêmios de MVP, o Top 20 anual da HLTV e até os debates da comunidade. Alguns argumentarão que os entry fraggers são subestimados, enquanto outros dirão que os supports finalmente recebem o reconhecimento que merecem. Uma coisa é certa: de agora em diante, analisar as estatísticas das partidas será muito mais emocionante.