O CEO da PGL, Silviu Stroie, fez uma declaração contundente, acusando os concorrentes ESL e BLAST de bloquear deliberadamente torneios independentes ao sobrepor datas e pressionar as equipas. As suas palavras surgem no momento em que o calendário de Counter-Strike 2 para 2025–2026 continua a gerar debates acalorados dentro da comunidade.
Declaração de Stroie: “Não há coincidência”
Na sua publicação nas redes sociais, Stroie lembrou os fãs de que a PGL já tinha anunciado as datas dos seus torneios para 2025 e 2026 em 31 de março de 2024. Segundo ele, a ESL e a BLAST — totalmente conscientes dessas datas — publicaram o seu próprio calendário mais tarde, em 3 de outubro de 2024, colocando deliberadamente alguns eventos nos mesmos períodos.
For anyone asking about Bucharest and Chengdu, we've announced our dates for events in 2025 and 2026 on March 31, 2024. Other TOs (bullying and threatening teams if they will participate in PGL events) announced their events on October 3, 2024 (fun fact: both of them on the same…
— Silviu Stroie (@ssilviu) September 3, 2025
O dirigente da PGL afirmou ainda que outros organizadores têm “intimidado e ameaçado” equipas caso pretendam competir em torneios da PGL.
Contexto: a batalha pelo calendário após o fim das ligas parceiras
Após a decisão da Valve em agosto de 2023 de encerrar os acordos de parceria entre equipas e organizadores de torneios a partir de 2025, a cena de Counter-Strike entrou numa fase de “mercado aberto”. A partir daí, qualquer organizador poderia realizar eventos, enquanto a participação das equipas seria determinada pelo sistema Valve Regional Standings (VRS) e pelas qualificações abertas.
Neste ambiente, a PGL ousou desafiar o monopólio da ESL e da BLAST, anunciando 11 torneios para 2025–2026 (cinco em 2025 e seis em 2026). Este foi o calendário independente mais ambicioso fora dos Majors.
Mas a ESL e a BLAST não recuaram: em março de 2024 apresentaram os seus próprios planos — a ESL agendou oito torneios, a BLAST seis, ocupando juntos cerca de 160 dias da temporada. Com a adição de dois Majors (junho e dezembro), quase não restam janelas livres para outros organizadores.
Conflitos e sobreposições
Apesar de pequenas alterações por parte da PGL (para evitar colisão com a BLAST em maio de 2025), vários torneios ainda se sobrepõem. O exemplo mais marcante é o outono de 2025, quando um evento da PGL (29 de setembro – 12 de outubro) coincide diretamente com um torneio da ESL (23 de setembro – 12 de outubro).
Isto obriga as equipas a um dilema: escolher onde jogar ou arriscar perder posições no ranking global por faltar a eventos.
Reação da comunidade

O debate em torno da declaração de Stroie rapidamente incendiou as redes sociais. Fãs, jornalistas e até meios de comunicação de esports expressaram opiniões divididas:
- Alguns ficaram do lado da PGL: “PGL > ESL e BLAST”, resumiu um fã, conquistando milhares de likes.
- Outros apontaram que a ESL e a BLAST estão, na prática, a continuar com um “soft franchising” que a Valve tentou desmantelar.
- Acusações de comportamento anticompetitivo: a Strafe Esports escreveu: “Factos, movimentos anticompetitivos flagrantes. Uma vergonha as equipas simplesmente aceitarem isso.”
- Chamadas para intervenção da Valve: o utilizador ioan sugeriu que a Valve deveria obrigar as equipas a participar em eventos organizados por diferentes TOs a cada temporada para manter o equilíbrio.
- Ceticismo e desilusão: “As pessoas foram contra o franchising durante anos, e agora aceitam o soft franchising da ESL e da BLAST? Não faz sentido”, escreveu wren.
- Reações emocionais: um fã chegou a chamar a situação de “guerra total”, enquanto outros disseram que era “óbvio que a ESL e a BLAST se tinham organizado contra a PGL”.
O que isto significa para a cena
- Sobrecarga do calendário — os jogadores podem perder tempo de descanso e de preparação adequada entre torneios.
- Pressão sobre as equipas — se as alegações de Stroie sobre “ameaças” forem confirmadas, pode surgir um novo escândalo na cena global de CS.
- Monopólio disfarçado — embora a Valve tenha aberto espaço para diferentes organizadores, a ESL e a BLAST parecem determinadas a manter o controlo, bloqueando oportunidades para independentes.
- Conflito de imagem — enquanto a PGL se apresenta como a “defensora da abertura”, para parte da comunidade parece apenas estar a lutar por uma fatia maior do mercado, e não pelos interesses dos jogadores.
A batalha do calendário para 2025–2026 transformou-se numa verdadeira guerra entre organizadores de torneios.
- A PGL aposta na quantidade e no acesso aberto.
- A ESL e a BLAST confiam na escala e na dominância do calendário.
- A Valve desempenha o papel de árbitro — mas ainda não interveio.
No fim, a questão-chave permanece: será que a cena conseguirá suportar esta enxurrada de eventos sem prejudicar o bem-estar dos jogadores e o prestígio dos torneios de Counter-Strike?